Objectivo deste blog


O blog "Portugal, um cais do mundo" pretende responder à pergunta "Que país queremos ser?".
Os autores propõem-se contribuir para esta questão por três vias:
- Aprofundar - Disc
utir modelos de optimização do papel de Portugal nas redes da globalização.
- Implementar - Propor formas de concretizar o sonho "Portugal, um cais do mundo".
- Divulgar - Tornar o sonho visível em Portugal e promover o reconhecimento internacional.


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Ouvi falar bem de nós...

Quando o Paulo me desafiou para contribuir para este blog, dias depois de lhe ter dito que não deixasse de contar comigo no sonho que connosco partilhou, não hesitei em dizer-lhe imediatamente que 'Eu Ficava!'.
 
Mais do que dizer que contasse comigo, quis dizer-lhe que acredito mesmo na realização deste sonho que passa pela afirmação de Portugal no mundo, assumindo-se como um dos 'nós' fundamentais de todas as redes de pessoas, bens, capital e conhecimento.
 
É fácil, para mim, pensar que será possível. Parece-me aliás, ou sobretudo, muito difícil pensar diferente.
 
Com base naquela que tem sido a minha experiência mais recente ligada à promoção internacional de um sector específico de actividade – o dos serviços de base tecnológica, de valor acrescentado, de tecnologias de informação, comunicação e de processos -,mas com base também em experiências pessoais, académicas e profissionais, fora de Portugal, com contactos com gente de outros ‘nós’, acredito que poderíamos estar a uma distância curta de sermos reconhecidos como um País de referência...
 
A pergunta que é colocada pelo próprio blog – “Que país queremos ser?” – devería no entanto, parece-me, ser substituída por uma outra: “Que país queremos dizer que somos?”; Ou por outra até: “Que país sabemos dizer que somos?”.
 
Façamos, pois, um pequeno exercício: assumamos que não sabemos comunicar, falar de nós, contar quem somos, que simplemente não sabemos como fazê-lo, ou que não temos jeito para isso! (e, na verdade, se nos compararmos a povos de outras geografias, Vender é coisa que não dominamos mesmo, isso é certo e não necessariamente ‘mau’…)

Depois, passo seguinte deste exercício, desta estratégia de divulgação e promoção de Portugal com vista ao seu reconhecimento no radar internacional, convidemos alguns representantes da comunidade internacional que por cá passa ou passou, trabalha ou trabalhou, vem e vai ou veio e ficou, a falar de Portugal, por nós.

E, então, ouçamos e vejamos como o fazem e o que do nosso País dizem.

Eu já o sei.

Dizem que temos recursos qualificados, que universidades cada vez mais dotadas ecapacitadas produzem anualmente e que são considerados dos mais inovadores e profissionais, com domínio ímpar de línguas estrangeiras e capacidade nata para a integração em ambientes de trabalho multi-culturais. Dizem que Portugal, fruto de investimentos recentes, se destaca entre os seus pares pela qualidade e robustez das suas infra-estruturas tecnológicas e de comunicação. Dizem que Portugal é líder mundial em eGovernment, por exemplo.

Mas também dizem que Portugal tem um ambiente doméstico maduro, tranquilo. Que Portugal tem infra-estruturas e serviços modernos, que funcionam. Que Portugal se posiciona num time-zone ideal como plataforma intercontinental. Que Portugal tem ligações incontornáveis com regiões emergentes do mundo, mercados e sociedades crescentemente apetecíveis, e pode ser a plataforma para lá se chegar. E que Portugal tem uma gastronomia, uma cultura e riqueza históricas, tão ricas e tão apetecíveis. E, sendo tantas vezes visto como ‘menor’ mas sem dever de todo ser visto assim, dizem que Portugal tem um clima e um sol e umas praias que ‘só nós’ não invejamos diariamente…

Recordo-me de ouvir recentemente líderes máximos de grandes empresas, de grandes multinacionais, a dizer publicamente que, por todos estes factores, “é em Portugal que os meus colaboradores querem trabalhar e é desde Portugal que os meus clientes querem ser servidos”.

Não pode, portanto, estar longe a concretização do nosso sonho. Não deve…

Ou estará, se definitivamente só o quisermos sonhar e não focarmos na implementação urgente de uma estratégia concreta de promoção internacional de Portugal, baseada em factos reais, com recurso a bons endorsements – porque não??

Porque metade do caminho que nos falta fazer estaría feito se o mundo simplesmente soubesse o que já verdadeiramente somos e temos, e teríamos necessariamente muito mais gente e empresas a olhar para nós, a querer estar connosco.

E o 'nó' estaría bem dado.




                    A excelência também já mora aqui 


                                         Por Francisco Jaime Quesado (x)

        Portugal está de parabéns. O sucesso do Centro de Inovação e Laboratorial da Fundação Champalimaud, mesmo junto ao Tejo, é um exemplo muito concreto do que devem ser as respostas positivas ao nosso futuro colectivo. O Investimento da Fundação Champalimaud veio demonstrar que há uma capacidade muito concreta de Portugal e dos seus principais protagonistas conseguirem “agarrar” com sucesso a decisiva Rota  da Inovação e desta forma alterar duma vez por todas o Modelo de Desenvolvimento Económico para o futuro. Por isso, com esta escolha de Champalimaud fica claro para todos que só há um regresso possível – o do futuro e protagonizado por todos.
    

         A Economia Portuguesa está claramente confrontada com um desafio de Crescimento Efectivo e Sustentado no futuro. Os números dos últimos vinte anos não poderiam ser mais evidentes. A incapacidade de modernização do sector industrial e de nova abordagem, baseada na inovação e criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma duma “economia interna” de serviços com um carácter reprodutivo limitado criou a ilusão no final da década de 90 dum “crescimento artificial” baseado num consumo conjuntural manifestamente incapaz de se projectar no futuro. Por isso, as apostas têm que mudar. E a escolha de Champalimaud é um sinal.


   Portugal precisa efectivamente de alavancar esta aposta da Fundação Champalimaud, com todas as consequências do ponto de vista de impacto na sua matriz económica e social. A política pública tem que ser clara – há que definir prioridades do ponto de investimento estrutural nos sectores e nos territórios, sob pena de não se conseguirem resultados objectivos. Estamos no tempo dessa oportunidade. Definição clara dos Sectores Competitivos em que actuar;   selecção, segundo critérios de racionalidade estratégica, das zonas territoriais onde se vai actuar e efectiva mobilização de “redes activas” de comercialização das competências existentes para aposta em Investimento de Inovação. Com o exemplo da Fundação Champalimaud, não podemos parar.

 


    
     
      O Investimento em Inovação desempenha no momento presente um papel de alavancagem da mudança único. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do Investimento de Inovação associado à captação de Empresas e Centros de I&D identificados com os sectores mais dinâmicos da economia – Tecnologias de Informação e Comunicação, Biotecnologia, Automóvel e Aeronática, entre outros. Trata-se duma abordagem distinta, protagonizada por “redes activas” de actuação nos mercados globais envolvendo os principais protagonistas sectoriais (Empresas Líderes, Universidades, Centros I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de abordagem dos clientes.

 
    Uma Nova Economia, capaz de garantir uma Economia Nova sustentável, terá que se basear numa lógica de focalização em prioridades claras. Assegurar que o “IDE de Inovação” é vital na atracção de Competências que induzam uma renovação activa estrutural do tecido económico nacional; mobilizar de forma efectiva os “Centros de Competência” para esta  abordagem activa no Mercado Global – mas fazê-lo tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos à partida, segundo opções globais de política pública, que tenham em devida atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e territorial.  A Fundação Champalimaud  está para ficar. Num tempo global em que a aposta no valor e na competitividade devem ser uma motivação colectiva da sociedade portuguesa, aí está um exemplo a seguir.


       (x) Especialista em Estratégia, Inovação e Competitividade



        

 
    Os Novos Embaixadores de Portugal          
           
                                         Por Francisco Jaime Quesado (x)



        Na nova estratégia de Diplomacia Económica em marcha os Gestores Portugueses espalhados pelo mundo são fundamentais para mostrar que há um  Novo Capital de Competência Estratégica de base nacional.  Numa época de crise complexa,  esta Aposta nestes Novos Embaixadores é um sinal de confiança na Competitividade Portuguesa e na  capacidade muito concreta de se alterar duma vez por todas o Modelo de Desenvolvimento Económico para o futuro. O futuro de Portugal faz-se com os Portugueses e é essa a mensagem central que importa deixar nestes tempos de crise. Este Novo Capital é um desafio que temos que saber agarrar.
   


         A Economia Portuguesa está claramente confrontada com um desafio de Crescimento Efectivo e Sustentado no futuro. Os números dos últimos vinte anos não poderiam ser mais evidentes. A incapacidade de modernização do sector industrial e de nova abordagem, baseada na inovação e criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma duma “economia interna” de serviços com um carácter reprodutivo limitado criou a ilusão no final da década de 90 dum “crescimento artificial” baseado num consumo conjuntural manifestamente incapaz de se projectar no futuro.

   Portugal precisa efectivamente de potenciar Iniciativas como o Conselho de Globalização, com todas as consequências do ponto de vista de impacto na sua matriz económica e social. A política pública tem que ser clara – há que definir prioridades do ponto de investimento estrutural nos sectores e nos territórios, sob pena de não se conseguirem resultados objectivos. Estamos no tempo dessa oportunidade. Definição clara dos “Pólos de Competitividade” em que actuar (terão que ser poucos e com impacto claro na economia);  selecção, segundo critérios de racionalidade estratégica, das zonas territoriais onde se vai actuar e efectiva mobilização de “redes activas” de comercialização das competências existentes para captação de “IDE de Inovação”.


    
     
      O Investimento Directo Estrangeiro desempenha neste contexto um papel de alavancagem da mudança único. Portugal precisa de forma clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do “IDE de Inovação” associado à captação de Empresas e Centros de I&D identificados com os sectores mais dinâmicos da economia – Tecnologias de Informação e Comunicação, Biotecnologia, Automóvel e Aeronática, entre outros. Trata-se duma abordagem distinta, protagonizada por “redes activas” de actuação nos mercados globais envolvendo os principais protagonistas sectoriais (Empresas Líderes, Universidades, Centros I&D), cabendo às agências públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de abordagem dos clientes.

 
    Uma Nova Economia, capaz de garantir uma Economia Nova sustentável, terá que se basear numa lógica de focalização em prioridades claras. Assegurar que o “IDE de Inovação” é vital na atracção de Competências que induzam uma renovação activa estrutural do tecido económico nacional; mobilizar de forma efectiva os “Centros de Competência” para esta  abordagem activa no Mercado Global – mas fazê-lo tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos à partida, segundo opções globais de política pública, que tenham em devida atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e territorial.


       (x) Especialista em Estratégia, Inovação e Competitividade



        

                  A aposta nos Talentos
                 

                                         Por Francisco Jaime Quesado (x)




        Numa recente intervenção a propósito da Marca Portugal e da necessidade de apostar na Inovação e Criatividade no nosso país, o especislista Carlos Coelho referiu uma história passada no tempo de D. João II, quando este monarca, desiludido com o país, pretendia mudar para Londres. O povo levantou-se e duma forma categórica voltou-se para o rei reiterando que não se podia desistir, pois “Londres é aqui”. Precisamos dessa atitude no Portugal 2012 e por isso impõe-se uma cultura de mudança. Para quê sair para fora de Portugal se é cá dentro que o desafio da mudança implica a nossa participação? Ou seja, por que não criar a verdadeira oportunidade para que os nossos Talentos agarrem o desafio da reconstrução do seu e do nosso país?

           
    Mudar a agenda para agendar a mudança é um desafio colectivo no qual a participação individual se configura como estrategicamente mais do que necessária. O objectivo de consolidação da Sociedade do Conhecimento em Portugal não se pode fazer por mero decreto e face à dimensão estratégica assumida pelos objectivos da sustentabilidade torna-se fundamental que o Estado, as Universidades e os “players empresariais”  firmem um verdadeiro “pacto estratégico” sobre as parcerias a desenvolver para a implementação de plataformas em que os cidadãos se revelem nesta nova lógica participativa que cada vez mais é o novo desafio  que aí está. Também aqui os Talentos são uma peça fundamental e caberá à sociedade saber mobilizá-los para novos desafios estratégicos.
       
         










      É aqui que entram os talentos. Compete a estes actores de distinção um papel decisivo na intermediação entre as grandes multinacionais e outros centros globais de conhecimento e os diferentes pólos de competitividade nacionais. Só com um elevado índice de capital social se conseguirá sustentar uma participação consistente na renovação do modelo social e na criação de plataformas de valor global sustentadas para os diferentes segmentos territoriais e populacionais do país.  A renovação do modelo competitivo nacional passa muito por esta nova intermediação estratégica muito virada para a criação de valor e integração do país em redes globais altamente dinâmicas.




      A construção duma Sociedade da Inovação e Criatividade é um desafio complexo e transversal a todos os actores e exige um capital de compromisso colaborativo entre todos. Em 2012 Portugal é já claramente um país da linha da frente em matéria de infra-estruturas de última geração, essenciais na perspectiva estratégica de aposta num novo modelo de Economia Sustentável, centrada na Inovação e Criatividade,  Implica por isso saber dar resposta às solicitações das várias frentes e acima de tudo tomar de forma consciente opções sobre qual as melhores soluções a adoptar para o futuro. Os Talentos terão um papel central neste novo designio e terão que ser mobilizados para uma verdadeira Agenda Nacional voltada para a Competitividade e o Crescimento.


   

    (x) Especialista em Estratégia, Inovação e Competitividade

Mas que raio de sociedade estamos a construir?





Voltam as histórias sobre idosos mortos em casa, na mais completa solidão. Não vou aqui repetir os pormenores macabros, mas estes casos interpelam-nos pela sua crueza e desumanidade. Pessoas mortas em casa, mumificadas, ninguém se interessou, ninguém investigou. Claro que podemos lamentar a passividade das autoridades. Mas sejamos claros: a culpa não é apenas do "sistema" ou do Estado, que nos habituámos a ver como culpado das nossas frustrações. Os limites da actuação pública são reais e ficam patentes nestes casos. Mostram uma contradição entre as promessas de protecção social e a realidade feita de solidão e de abandono. O sistema público que criámos é distante e burocrata por natureza. E está a tornar-se cada vez mais robotizado e impessoal. Coloquemos por momentos de lado os défices e a dívida. Pensemos no modelo de sociedade que estamos a construir. Estes casos ajudam a perceber que temos de ser mais humanos e próximos de quem nos rodeia, sejam vizinhos, colegas, familiares ou amigos. Mais do que mudar o "sistema" ou as leis, cada um de nós pode ajudar a construir uma sociedade mais humana, dinâmica e descentralizada, com as suas famílias, associações, clubes, bairros, paróquias, misericórdias, redes de voluntariado e de vizinhança. A mudança efectiva é orgânica antes de ser centralizada.