A aposta nos
Talentos
Por
Francisco Jaime Quesado (x)
Numa recente intervenção a propósito da Marca
Portugal e da necessidade de apostar na Inovação e Criatividade no nosso país, o
especislista Carlos Coelho referiu uma história passada no tempo de D. João II,
quando este monarca, desiludido com o país, pretendia mudar para Londres. O
povo levantou-se e duma forma categórica voltou-se para o rei reiterando que
não se podia desistir, pois “Londres é
aqui”. Precisamos dessa atitude no Portugal 2012 e por isso impõe-se uma
cultura de mudança. Para quê sair para fora de Portugal se é cá dentro que o
desafio da mudança implica a nossa participação? Ou seja, por que não criar a
verdadeira oportunidade para que os nossos Talentos agarrem o desafio da
reconstrução do seu e do nosso país?
Mudar a agenda para agendar a mudança é um
desafio colectivo no qual a participação individual se configura como estrategicamente
mais do que necessária. O objectivo de consolidação da Sociedade do
Conhecimento em Portugal não se pode fazer por mero decreto e face à dimensão
estratégica assumida pelos objectivos da sustentabilidade torna-se fundamental
que o Estado, as Universidades e os “players
empresariais” firmem um verdadeiro “pacto estratégico” sobre as parcerias a
desenvolver para a implementação de plataformas em que os cidadãos se revelem
nesta nova lógica participativa que cada vez mais é o novo desafio que aí está. Também aqui os Talentos são uma
peça fundamental e caberá à sociedade saber mobilizá-los para novos desafios
estratégicos.
É aqui que entram os talentos. Compete a
estes actores de distinção um papel decisivo na intermediação entre as grandes
multinacionais e outros centros globais de conhecimento e os diferentes pólos
de competitividade nacionais. Só com um elevado índice de capital social se
conseguirá sustentar uma participação consistente na renovação do modelo social
e na criação de plataformas de valor global sustentadas para os diferentes
segmentos territoriais e populacionais do país.
A renovação do modelo competitivo nacional passa muito por esta nova
intermediação estratégica muito virada para a criação de valor e integração do
país em redes globais altamente dinâmicas.
A construção duma Sociedade da Inovação e
Criatividade é um desafio complexo e transversal a todos os actores e exige um
capital de compromisso colaborativo entre todos. Em 2012 Portugal é já
claramente um país da linha da frente em matéria de infra-estruturas de última
geração, essenciais na perspectiva estratégica de aposta num novo modelo de
Economia Sustentável, centrada na Inovação e Criatividade, Implica por isso saber dar resposta às
solicitações das várias frentes e acima de tudo tomar de forma consciente
opções sobre qual as melhores soluções a adoptar para o futuro. Os Talentos
terão um papel central neste novo designio e terão que ser mobilizados para uma
verdadeira Agenda Nacional voltada para a Competitividade e o Crescimento.
(x) Especialista em Estratégia, Inovação e
Competitividade
Sem comentários:
Enviar um comentário