Os Novos Embaixadores de Portugal
Por
Francisco Jaime Quesado (x)
Na
nova estratégia de Diplomacia Económica em marcha os Gestores Portugueses espalhados
pelo mundo são fundamentais para mostrar que há um Novo Capital de Competência Estratégica de
base nacional. Numa época de crise
complexa, esta Aposta nestes Novos
Embaixadores é um sinal de confiança na Competitividade Portuguesa e na capacidade muito concreta de se alterar duma
vez por todas o Modelo de Desenvolvimento Económico para o futuro. O futuro de
Portugal faz-se com os Portugueses e é essa a mensagem central que importa
deixar nestes tempos de crise. Este Novo Capital é um desafio que temos que
saber agarrar.
A Economia Portuguesa está claramente
confrontada com um desafio de Crescimento Efectivo e Sustentado no futuro. Os
números dos últimos vinte anos não poderiam ser mais evidentes. A incapacidade
de modernização do sector industrial e de nova abordagem, baseada na inovação e
criatividade, de mercados globais, associada à manutenção do paradigma duma
“economia interna” de serviços com um carácter reprodutivo limitado criou a
ilusão no final da década de 90 dum “crescimento artificial” baseado num
consumo conjuntural manifestamente incapaz de se projectar no futuro.
Portugal precisa efectivamente de potenciar
Iniciativas como o Conselho de Globalização,
com todas as consequências do ponto de vista de impacto na sua matriz
económica e social. A política pública tem que ser clara – há que definir
prioridades do ponto de investimento estrutural nos sectores e nos territórios,
sob pena de não se conseguirem resultados objectivos. Estamos no tempo dessa
oportunidade. Definição clara dos “Pólos de Competitividade” em que actuar
(terão que ser poucos e com impacto claro na economia); selecção, segundo critérios de racionalidade
estratégica, das zonas territoriais onde se vai actuar e efectiva mobilização
de “redes activas” de comercialização das competências existentes para captação
de “IDE de Inovação”.
O Investimento Directo Estrangeiro desempenha neste
contexto um papel de alavancagem da mudança único. Portugal precisa de forma
clara de conseguir entrar com sucesso no roteiro do “IDE de Inovação” associado à captação de Empresas e Centros de
I&D identificados com os sectores mais dinâmicos da economia – Tecnologias
de Informação e Comunicação, Biotecnologia, Automóvel e Aeronática, entre
outros. Trata-se duma abordagem distinta, protagonizada por “redes activas” de
actuação nos mercados globais envolvendo os principais protagonistas sectoriais
(Empresas Líderes, Universidades, Centros I&D), cabendo às agências
públicas um papel importante de contextualização das condições de sucesso de
abordagem dos clientes.
Uma Nova Economia, capaz de garantir uma
Economia Nova sustentável, terá que se basear numa lógica de focalização em
prioridades claras. Assegurar que o “IDE de Inovação” é vital na atracção de
Competências que induzam uma renovação activa estrutural do tecido económico
nacional; mobilizar de forma efectiva os “Centros de Competência” para
esta abordagem activa no Mercado Global
– mas fazê-lo tendo em atenção critérios de racionalidade estratégica definidos
à partida, segundo opções globais de política pública, que tenham em devida
atenção a necessidade de manter níveis coerentes de coesão social e
territorial.
(x) Especialista em Estratégia, Inovação e
Competitividade
Caro Jaime,
ResponderEliminarnão posso estar mais de acordo. Alguém dizia: mais do que termos centros de decisão nacional, o que importa é termos portugueses em verdadeiros centros de decisão.
As tecnologias podem fazer muito em prol deste objectivo de mobilizacao do talento espalhado pelo mundo ao mais alto nivel.
Imagine-se uma plataforma, bem moderna, de partilha de dados, referências, espaços virtuais de discussao, uma plataforma criada e moderada pela AICEP e COTEC, um verdadeiro hub virtual deste talento. Revitalizem-se iniciativas como o star tracker, na altura acarinhado pelo Presidente da República.
Imagine-se a sua divisão pelos ditos polos, sempre com a preocupação de comparação internacional permanente, para que possamos testar-nos em permanência.
Coloque-se dentro desse espaço uma área do tipo "A better State", onde a transformação em curso no sector público (administrativo e empresarial) é também sujeito a essa troca, a essa comparação, facilitada pelos talentos que lá fora fazem a ponte.
E porque não ter este projecto associado ao Conselho para a Internacionalização, que é presidido pelo PM de Portugal e que, nessa condição, fazia uma sessão semestral em auditório, difundida live dentro da rede, e em registo kaizen (melhoria contínua: onde estamos, onde vamos estar daqui por 6 meses, objectivos curtos, realistas, sérios, uns a seguir aos outros).
e o melhor disto tudo? é que não é assim tão difícil de fazer.